Coisas que mais ninguém sabe

sábado

28 de JáNeiro


"Bem-vindo de volta (ou não!). Só voltas 3 semanas depois, achas bem? O que é que andaste a fazer, pá!? Onde? Com quem? A que horas? Porquê?..."
Isso seria o que este "blog" me perguntaria, se pudesse comunicar comigo. Felizmente, (ainda) tal não é possível e não tenho de lhe dar justificações. Mas posso já avisá-lo que nos próximos dias, vai "tar de chuva", que é como quem diz, vai ser complicado vir aqui escrever, com tanta coisa que tenho para ler e saber para poder ir provar os meus conhecimentos naquelas coisas a que algumas pessoas gostam de chamar Frequências e Exames e por aí fora...
Bem, vou continuar na "semana" do 'S'. Para hoje, "solstício".
do Latim solstitiu, parada do Sol
substantivo masculino, tempo e ponto da eclíptica em que o Sol, tendo chegado aos trópicos, parece estacionário durante alguns dias, antes de começar a aproximar-se novamente do Equador



Diário de um John Doe[1]


06:50 - Acorda... Com o raio do despertador do vizinho
06:51 - Dá dois murros na parede e vira-se para o outro lado
07:06 - Finalmente consegue voltar a adormecer
07:45 - Acorda... Com o seu despertador
07:46 - Abre os olhos
07:47 - Olha para as horas e pensa que dia é hoje
07:52 - Chega à conclusão que deve ser terça-feira
07:54 - Começa a pensar que se devia levantar
07:55 - Fecha os olhos por mais 5 minutos antes de se resolver levantar
08:04 - Continua a pensar (de olhos fechados) que já devia estar levantado
08:10 - Começa a pensar no quão já está atrasado
08:15 - Tenta arranjar uma boa desculpa para dar quando chegar
08:20 - Tenta arranjar uma desculpa qualquer enquanto se vira para o outro lado
09:33 - Acorda sobressaltado
09:34 - Tenta lembrar-se da última desculpa em que pensou antes de adormecer
09:35 - Fecha os olhos para se tentar lembrar do raio da desculpa
10:00 - Acorda a lembrar-se da desculpa
10:01 - Levanta-se
10:02 - Vai à casa-de-banho
10:28 - Toma o pequeno-almoço
10:35 - Lava a loiça
10:43 - Sai de casa
11:15 - Chega (...atrasado)
11:17 - Leva uma descompostura (outra vez)
11:26 - Repara no decote da secretária
11:29 - Deixa de reparar no decote da secretária
11:31 - Diz ao Chico para olhar pró decote da secretária
11:34 - O Chico responde que já tinha visto
11:45 - Faz uma pausa para um café
12:30 - Vai almoçar com o Chico
12:40 - Olha para o menu
12:51 - Depois do tempo todo a ver o menu, acaba por pedir o mesmo de sempre
13:03 - Chega o bitoque do costume
13:07 - Entra a miúda gira que trabalha na loja em frente
13:08 - Entra o namorado dela e o Chico diz "Merda!"
13:10 - Por falar em merda, o Chico lembra-se do jogo do fim-de-semana
13:12 - Enorme discussão sobre as substituições
13:16 - Fica chateado e deixa de falar com o Chico
13:21 - O Chico fala-lhe sobre o decote da secretária e voltam a ter tema de conversa
13:48 - Pagam e vão-se embora
15:44 - Vai à casa-de-banho
15:45 - Repara na falta de papel
15:47 - Grita pelo Chico
15:50 - O Chico acode
17:30 - Começa a pensar na meia hora que falta para se ir embora
17:35 - Pensa nos 25 minutos que faltam
17:45 - Diz ao Chico que já só falta um quarto de hora
18:00 - Arruma as coisas e vai-se embora
18:40 - Passa pelo "mini-preço" do costume
18:41 - Compra uma treta qualquer só para dizer "Olá" à menina da caixa
18:42 - Decide que é este o dia em que vai meter conversa com ela
18:43 - A menina da caixa pergunta-lhe: "Tem cartão de cliente?"
18:44 - Responde o mesmo de todos os dias: "Não..."
18:45 - A menina passa o pacote de batatas fritas no leitor de códigos de barra
18:46 - Pergunta: "E a menina, tem cartão de cliente?"
18:47 - A menina acha graça e diz: "Eu trabalho aqui..."
18:48 - Responde: "Eu sei... Até que horas?"
18:49 - A menina: "Até às horas que o meu namorado me vier buscar."
18:50 - Sai da loja com um pacote de batatas fritas de que não gosta e pensativo
18:51 - Vem-lhe à ideia "mini-preço 1 - John Doe 0"
19:22 - Chega a casa
19:23 - Descalça-se e acende a televisão
19:37 - Vai ver o que há para jantar
19:40 - Tira o som à televisão e liga a aparelhagem
20:00 - Tenta fazer o jantar
20:25 - Pensa que se está a sair bem a fazer o jantar
20:45 - Janta a ver uma série que gosta na televisão
21:18 - Lava a loiça
21:42 - Vai beber café ao sítio do costume
21:53 - Passa pelo "mini-preço" e lembra-se da cena da tarde
21:54 - Resolve fazer um cartão de cliente de lá, no dia seguinte
21:55 - Pensa que o mais certo é no dia seguinte já nem se lembrar do cartão
22:03 - Bebe o seu café
22:07 - Pensa que dia da semana é
22:08 - Recorda-se de já ter pensado nisso algures no dia
22:10 - Lembra-se que foi de manhã ao acordar
22:15 - Resolve ir para casa dormir para não chegar atrasado no dia seguinte
22:16 - Entra um amigo que lhe oferece um copo
22:23 - Lembra-se que tinha resolvido ir embora
22:24 - Bebe mais um copo
23:00 - Chega a casa
23:10 - Acende a televisão
23:38 - Interroga-se porque é que acendeu a televisão se não dá nada de jeito
00:55 - As televendas a essa hora parecem interessantes
01:07 - Estranha porque é que quanto mais tarde é, mais as televendas têm sucesso
01:15 - Começa a pensar se realmente uma faca que corte sapatos não lhe fará falta
01:17 - Pensa em chegar ao telefone, mas está muito longe
01:20 - Vê que se encomendar nesse instante, tem direito a um grande desconto
01:30 - Acha realmente barato e levanta-se para ir buscar o telefone
01:31 - Aproveita para ir à casa de banho
01:35 - De repente, na casa de banho, decide que não precisa daquilo
01:39 - Apaga a televisão
01:45 - Deita-se, esperando sonhar com a menina do "mini-preço"
01:46 - Fecha os olhos mas adormece a sonhar com facas e sapatos
06:50 - Acorda... Com o raio do despertador do vizinho






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[1] John Doe - Nome que as autoridades americanas usam para pessoas que não conseguem ser identificadas ou também nome para quando nos tribunais as pessoas não querem dar o seu nome verdadeiro.

sexta-feira

6 de Janovo


Olá. Primeiro post de 2006 aqui no blog. Falta a piada típica que "toda a gente" agora faz: epá, já não postava (palavra tipicamente portuguesa, sem dúvida) desde o ano passado! Enfim, vamos à palavra de hoje. Esta semana (ou o que resta dela) é a semana do 'S'. Então, "sisudo".
do Latim sensutu
adjectivo, que tem siso; prudente; sensato; sério;
substantivo masculino, certo jogo popular.


Para hoje vou-vos deixar uma história que recebi no mail há já uns tempos. Tendo isso em conta, não posso assegurar a veracidade (este plafond de palavras caras, ui, upa upa!) da mesma, pois grande parte dos mails são tudo menos verdade. Não fui investigar se a história é ou não verdadeira, mas se for é cá uma história e peras (mas quem é que surge com estas expressões?!)! Passo então a contar...

O criminoso que se assassinou


Um 'enredo' tão simples mas ao mesmo tempo tão intricado.
No jantar de premiação anual de ciências forenses, em 1994, o presidente Dr. Don Harper Mills impressionou o público com as complicações legais de uma morte bizarra.

Aqui está a história:

Em 23 de Março de 1994, o médico legista examinou o corpo de Ronald Opus e concluiu que a causa da morte fora um tiro de espingarda na cabeça. O sr. Opus pulara do alto de um prédio de 10 andares, pretendendo suicidar-se. Ele deixou uma nota de suicídio confirmando a intenção. Mas quando estava a cair, passando pelo nono andar, Opus foi atingido por um tiro de espingarda na cabeça, que o matou instantaneamente. O que Opus não sabia era que uma rede de segurança tinha sido instalada um pouco abaixo, na altura do oitavo andar, a fim de proteger alguns trabalhadores, portanto Ronald Opus não teria sido capaz de consumar o seu suicídio como pretendia.
"Normalmente," continuou o Dr. Mills, "quando uma pessoa inicia um acto de suicídio e consegue matar-se, a sua morte é considerada suicídio, mesmo que o mecanismo final da morte não tenha sido o desejado." Mas o facto de Opus ter sido morto em plena queda, no meio de um suicídio que não teria dado certo por causa da rede de segurança, transformou o caso em homicídio. O quarto do nono andar, de onde partiu o tiro assassino, era ocupado por um casal de velhos. Eles estavam a discutir em altos gritos e o marido ameaçava a esposa com uma espingarda. O homem estava tão furioso que, ao apertar o gatilho, o tiro errou completamente sua esposa, atravessando a janela e atingindo o corpo que caía. Quando alguém tenta matar a vítima A mas acidentalmente mata a vítima B, esse alguém é culpado pelo homicídio de B. Quando acusado de assassinato, tanto o marido quanto a esposa foram enfáticos, ao afirmar que a espingarda deveria estar descarregada. O velho disse que ele tinha o hábito de ameaçar a sua esposa com a espingarda descarregada durante as discussões. Ele jamais tivera a intenção de matá-la. Portanto, o assassinato do sr. Opus parecia ter sido um acidente; quer dizer, ambos achavam que a arma estava descarregada, portanto a culpa seria de quem carregara a arma. A investigação descobriu uma testemunha que vira o filho do casal carregar a espingarda um mês antes. Foi descoberto que a senhora havia cortado a mesada do filho e ele, sabendo das brigas constantes dos seus pais, carregara a espingarda na esperança de que o pai matasse a mãe. O caso passa a ser portanto do assassinato do sr. Opus pelo filho do casal.

Agora vem a reviravolta surpreendente. As investigações descobriram que o filho do casal era, na verdade, Ronald Opus. Ele encontrava-se frustrado por não ter até então conseguido matar a mãe. Por isso, em 23 de Março, ele atirou-se do décimo andar do prédio onde morava, vindo a ser morto por um tiro de espingarda quando passava pela janela do nono andar.

Ronald Opus havia efectivamente se assassinado a si mesmo, por isso a polícia encerrou o caso como suicídio.



Bela história, hã?

Não acham que dava um belo episódio de C.S.I. ou assim do género?